Cotejando-se os preços atuais do frango com aqueles registrados na mesma ocasião quatro anos atrás – isto é, em dezembro de 2010 – constata-se que, tanto na granja (ave viva) quanto no atacado (ave abatida resfriada), os valores nominais recebidos pelo setor produtivo evoluíram bem aquém da inflação acumulada nesses 48 meses e que, pelo IPCA do IBGE, já supera os 25%. Portanto, o valor real hoje recebido é negativo em relação a passados quatro anos.
Partindo do frango vivo: em 9 de dezembro de 2010, uma quinta-feira, foi negociado no interior paulista por R$2,10/kg, valor que, deflacionado, corresponde a um preço atualizado de cerca de R$2,66/kg. Como, na última quinta-feira, 11 de dezembro de 2014, o mesmo frango vivo alcançou, no interior paulista, valor máximo de R$2,35/kg, isto correspondeu, nominalmente, a um aumento de quase 12%. Mas, em valores reais, significou redução nos mesmos índices.
O frango abatido apresentou ganho menor – de apenas 3,39% em relação a 2010. Por isso, deflacionado seu preço naquela ocasião, seu valor atual é 18,5% menor.
Naturalmente, o produtor saiu perdendo. Mas, senão nos mesmos índices, termina por beneficiar o consumidor. Que – como é historicamente reconhecido – continua a pagar pelo frango abatido um preço real continuamente decrescente.
Rememorando, o preço pago em dezembro de 2010 equivaleria, atualmente, a algo em torno de R$5,65/kg. Mas o preço efetivamente pago no varejo paulistano ficou, na semana passada, em R$5,28/kg. Portanto, a importância real efetiva despendida recuou perto de 6,5%.
Para não ficar apenas na inflação, é oportuno comparar os preços do frango com a evolução do salário mínimo (de R$510 em dezembro de 2010; de R$724 atualmente).
Sob esse aspecto, o poder de compra do consumidor aumentou perto de 20%. Já o produtor, para garantir o pagamento do mesmo salário mínimo, necessita hoje de um volume de frangos quase 27% maior. Ou dito de outra forma, com o volume anterior paga menos de 80% do salário mínimo atual.
Fonte: Avisite
