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Chuva escassa deixa lavouras secas e produtores apreensivos no Paraná

Falta de água e temperaturas altas atrasaram o plantio no norte do estado.

Com o desequilíbrio, agricultores arriscam as culturas plantando “na poeira”.

As chuvas escassas e irregulares dos meses de setembro e outubro deixaram muitas terras do norte do Paraná secas, à beira da improdutividade, segundo o gerente de produção agrícola da Cooperativa Cocamar, em Maringá, Leandro Cezar Teixeira. O chão das lavouras está duro, rachado, o que tem feito vários produtores temerem prejuízo na colheita, diz ele.

Com a falta de água, o plantio das culturas foi feito “na poeira”, em muitos casos — as sementes são colocadas na terra árida, na espera de que a chuva venha logo e salve a lavoura. Os agricultores, porém, podem perder tudo, caso o tempo não mude.Por causa do desequilíbrio climático, o plantio está atrasado na região, de acordo com Teixeira. O período de semeadura da soja, por exemplo, está perto do fim. Para cumprir o calendário da agricultura, os produtores têm que terminar a lavoura perto do fim de semana dos dias 8 e 9 de novembro, em média, segundo o especialista.

“Hoje, temos 80% da safra plantada, na região de Maringá. No ano passado, por exemplo, tínhamos 96%, na mesma época. Com essa comparação, o atraso parece trágico. Porém, ainda podemos reverter. Temos que esperar para ver o que vai acontecer nos próximos dias”, afirma o gerente de produção agrícola.Ele explica que as chuvas até têm caído no estado, mas estão muito dispersas em 2014. Na terça-feira (4), por exemplo, choveu 78 milímetros em algumas propriedades, enquanto outras ficaram sem uma gota d”água, diz Teixeira. O representante da Cocamar também cita as temperaturas acima do comum no ano na região.

“Choveu praticamente em todas as regiões, mas a distribuição de água é muito irregular, muito ruim para o produtor. Fica muito difícil fechar o plantio dessa forma. Outro fator que influenciou para o atraso foi as altas temperaturas. É normal que muitas propriedades apresentem problemas de morte de semente ou de falhas na lavoura”, alerta. Conforme levantamento da cooperativa, a média da temperatura máxima registrada em Maringá, historicamente, é de 27,4ºC. Neste ano, a média foi de 31,9ºC, com máximas de até 39ºC.

Um mês a seco

O agricultor Fábio Chavenco, de Maringá, viu sua plantação de soja ficar um mês “no seco”, sem chuva alguma. Ele diz temer ter prejuízo grande, tanto na colheita da soja, em meados de janeiro, quanto no plantio do milho safrinha, no inverno.

“Está bem ruim para nós. A última chuva, antes da que teve ontem [terça-feira], foi em setembro. Esta, agora, não foi suficiente, só pegou algumas áreas. A gente não sabe o que vai acontecer”, teme.

O produtor conta que terá que replantar boa parte da lavoura de 70 alqueires, se não chover forte nos próximos dias. “Está todo mundo preocupado. Este ano, está muito seco. Se não mudar, vou ter que replantar boa parte da minha soja. O prejuízo pode ser enorme”, preocupa-se.

 

Por: Erick Gimenes

Fonte: G1 PR

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