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Queda do preço do milho trava a comercialização do grão em MT

Armazém tem 90% do espaço ocupado com a safra em Mato Grosso. Excesso de oferta provocou a queda na cotação do grão no mercado. Os negócios com o milho safrinha, que terminou de ser colhido agora em agosto, estão praticamente parados em Mato Grosso, maior produtor do país. Os agricultores preferem esperar.

Os preparativos para o plantio de soja já começaram na fazenda do agricultor Emerson Bonini em Nova Mutum. Ele acompanha tudo de perto, mas não tira os olhos dos silos-bolsa onde está armazenada quase toda a produção de milho da última safrinha. Ele só vendeu 20% do que produziu. “A gente está aguardando o preço. O preço aqui está variando entre R$ 10 e R$ 13. Não paga os custos.”, diz Emerson Bonini, agricultor.

Emerson quer vender os grãos por pelo menos R$ 15 a saca. As informações do mercado chegam pelo celular. “Últimamente as mensagens não foram as melhores, sempre sobre queda, todo dia mensagens negativas”, conta.

As cotações em baixa são um reflexo da grande oferta de milho e também da safra que está sendo colhida nos Estados Unidos, que deve ser recorde. Sem preços atrativos para os agricultores, as vendas do grão travaram em Mato Grosso.

De 17,7 milhões de toneladas produzidas, pouco mais da metade (51,24%) foi negociada. Atento ao mercado, o agricultor Clairton Pavlack também estocou parte da produção em silos-bolsa. São 40 mil sacas ao todo, divididas em 13 bolsões.

A fazenda começou a investir nos silos-bolsa há três anos e na safrinha do ano passado este sistema de armazenagem ajudou a garantir uma boa rentabilidade para o agricultor. Ele manteve a produção guardada por onze meses. Só vendeu os grãos quando encontrou preços atrativos.

“O ano passado estava R$ 13, R$ 14 na época da safra. Eu segurei e vendi um pouco no final de ano a R$ 14,50, e depois em abril eu vendi a R$ 22”, conta Clairton Pavlack, agricultor.

Desta vez ele também pretende manter a produção por um bom tempo na fazenda. “Eu acho que o milho no mês de março, abril, como os armazéns vão ter que tirar, não vai ter milho no mercado. Na safra ninguém está plantando, já que se safrinha está ruim, safra normal está pior ainda. Mês de abril aí não vai ter milho no mercado, eu acho que é hora de vender aí”, avalia.

Os bolsões são uma alternativa para quem não tem silo na fazenda. São mais baratos, mas o agricultor tem que cuidar para evitar furos e assim como tem muito milho guardado no campo, nos armazéns não é diferente.

Uma empresa, por exemplo, que tem capacidade para estocar um milhão de sacas de grãos, o equivalente a 60 mil toneladas: 90% do espaço está ocupado e quase tudo com milho. São montanhas do cereal.

“O ano passado, nessa época, nós já tínhamos 60% do milho entregue, então esse momento no ano passado foi totalmente diferente. esse ano é um ano atipico, temos necessidade de aguardar o preço”, declara Neuro Antônio Coradini, presidente do Grupo Mutum Cereais.

 

Fonte: Globo Rural

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