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Marina mantém propostas do agro

A candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva, não vai alterar o seu programa de governo no que diz respeito a dois pontos criticados por representantes do agronegócio: o índice de produtividade aos produtores e o desmatamento zero.

Sobre o índice de produtividade, o trecho do programa de governo da ex-senadora prevê “atualizar os indicadores de produtividade agrícola e acelerar o diagnóstico da função social da propriedade rural nos aspectos produtivo, ambiental e trabalhista, permitindo a rápida desapropriação nos casos previstos em lei ou premiando aqueles que fazem uso correto da terra, por meio da criação de um Selo da Função Social”.

O assessor da pessebista, João Paulo Capobianco, afirma que caso seja eleita, Marina estará aberta a sugestões, mas diz que “o programa de governo é o que está aí. Evidentemente ninguém está surdo. [A proposta] pode vir a ser aprimorada”, afirma. E reitera que “nenhuma alteração será feita para prejudicar o crescimento sustentável”.

Para o ex-ministro da Agricultura no governo Lula, Roberto Rodrigues, a medida é válida apenas para incentivar os agricultores. “Em princípio, o índice de produtividade para efeito da produtividade é algo benéfico. Para efeito de apropriar terra, não faz o menor sentido. O próprio mercado desconsidera os produtores improdutivos”, avalia.

Durante o Encontro de Líderes Empresariais (Lide) no último sábado, o ex-presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank, avalia que o receio da convergência entre a expansão do agronegócio e o desenvolvimento sustentável no programa da ex-senadora “está se desfazendo muito rapidamente”.

Desmatamento zero

Outra posição contrária ao agronegócio é o desmatamento zero, que propõe maior regulamentação do setor para novas áreas de produção.

“Promoveremos a meta de desmatamento zero, detendo o avanço da agropecuária nas áreas de florestas e direcionando-a para as já desmatadas”, descreve trecho do programa da ambientalista. Questionado se a meta seria prejudicial, Capobianco diz que “isso já esta definido em lei, pela Mata Atlântica. Nós precisamos avançar nos principais biomas. Algo que é perfeitamente possível com o desenvolvimento do setor agropecuário”.

Já Roberto Rodrigues vê a meta como algo “utópico” . “A gente tem que lutar pela legislação sobre o desmatamento. Mas não há o aumento da produção sem novas áreas”, diz.

 

Fonte: Diário do Comércio & Indústria

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