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Fiscais encontram funcionários em situação precária em fazenda de MG

Funcionários trabalhavam na produção de carvão.

Eles não tinham equipamentos de segurança nem alojamentos adequados.

 Uma fiscalização do Ministério do Trabalho encontrou irregularidades em uma fazenda norte de Minas Gerais. Os funcionários trabalhavam na produção de carvão sem equipamentos de segurança. Eles não tinham registro em carteira nem alojamentos adequados.

Depois de uma denúncia, os fiscais do Ministério do Trabalho chegaram à fazenda em Pintópolis. No local, havia fornos com carvão recentemente queimado e moradias improvisadas, onde quatro pessoas estariam vivendo em condições precárias.

Os trabalhadores estavam instalados em barracas de lona e com telhas, que deixavam a temperatura muito alta, como se fosse uma estufa. Eles dormem em cima de espumas. Em uma espécie de guarda-roupa, os pertences eram colocados junto aos alimentos. Mas a carne, que seria consumida ao longo da semana, estava armazenada dentro de um balde.

Nas mãos estão as marcas que deixam claro que os trabalhadores não recebem nenhum tipo de equipamento de proteção para a atividade. Eles contam também que há muito tempo não recebem salários.

Os trabalhadores disseram que pagam até mesmo pelo custo dos fornos e do trator. O trabalhador rural Juarez de Souza tem notas promissórias que seriam de uma dívida com um homem que busca o carvão nas fazendas. “Estou devendo R$ 7 mil”, diz.

Depois de ouvir os trabalhadores, os fiscais foram até a sede da fazenda, onde encontraram o vaqueiro José Silva Oliveira, que trabalha na propriedade desde 2009 sem carteira assinada. “Eles falaram que ia fichar. Diz que ia arrumar uns papeis primeiro. Agora que levou os papel para fichar”, diz.

Os fiscais tiveram acesso a um contrato de arrendamento da terra onde recentemente foi instalada a carvoaria. Segundo o Ministério do Trabalho, o documento não tem valor legal e também não tira a responsabilidade do produtor rural. Por telefone, eles fizeram contato com Pedro Ribeiro, dono da fazenda, e exigiram explicações.

“Se a legislação do trabalho prevê direitos trabalhistas que garantem a dignidade do trabalhador para coloca-lo em uma situação diferente à de um escravo, se retiraram todos os direitos, escravos estão os trabalhadores. Não há nenhum direito que estejam sendo garantidos a eles, desde a formalização de carteira até os equipamentos de proteção até o local de alojamento até a alimentação. Nada está sendo garantido aos trabalhadores. Eles estão aqui desumanizados. Estão sendo tratados como objeto, como coisa”, diz o auditor fiscal Marcelo Campos.

Pedro Ribeiro, um dos donos da fazenda, reuniu-se na terça-feira (16) com funcionários do Ministério do Trabalho. Ele se comprometeu a acertar as dívidas trabalhistas até a quinta-feira (18). Todos os sócios da fazenda serão indiciados por trabalho escravo e supressão de direitos trabalhistas.

 

Fonte: Globo Rural

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