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Colheita da carnaúba garante renda para milhares de famílias no PI

Mais de cem mil pessoas vivem da atividade em 145 municípios do estado.

Faturamento com a palmeira passou de US$ 6 milhões no ano passado. Milhares de famílias do Piauí se dedicam nesta época do ano à extração das folhas da carnaúba. O pó é usado na produção de cera, mas as sobras têm muita utilidade na mãos dos agricultores. 

A carnaúba, que chega a 15 metros de altura, é símbolo de Campo Maior, cidade que fica a 80 quilômetros de Teresina. Na cidade de pouco mais de 45 mil habitantes, a palmeira é conhecida também como árvore da vida. O potencial de aproveitamento não se esgota mesmo durante a estiagem.

A seca no Piauí não afeta a extração da palha da carnaúba. Atualmente, mais de cem mil pessoas sobrevivem da atividade em 145 municípios do estado. Esses trabalhadores que enfrentam o sol forte todos os dias ajudaram no ano passado o Piauí a se destacar como segundo produtor e exportador da cera de carnaúba do Brasil. O faturamento passou de US$ 6 milhões, o equivalente a mais de R$ 12,1 milhões.

Apesar de gerar tanta riqueza, o extrativista não tem renda certa. A regulamentação da profissão se transformou em bandeira de luta em Campo Maior. “No ano passado, a gente trabalhou um acordo coletivo para que esses trabalhadores sejam reconhecidos, com um teto mínimo de salário. Para que essas pessoas possam ter o direito de, num eventual problema de saúde, tenham pelo menos aonde recorrer”, diz Francisco Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Maior.

Esse reconhecimento beneficia toda uma cadeia produtiva. Da palha, o que não vira cera, serve como adubo orgânico para a lavoura. Nas mãos de artesãos como Pedro Sebastião, de 69 anos, a palha é usada para a confecção de abanos e sacolas.

Em outras comunidades, a palha da carnaúba é transformada em vassoura. No Assentamento Caldeirão, o ofício sustenta cerca de 30 famílias. Cada pacote com 50 vassouras custa R$ 20. A família chega a fazer mais de 500 vassouras em um único dia. As quatro mil peças que estão no barracão já têm destino certo. “Quando o preço sobe no Maranhão, aparece mais comprador”, diz a trabalhadora rural Francisca Costa Oliveira.

O Piauí é principal produtor do pó da carnaúba. Mas como há poucas fábricas para industrializar a cera, quase todo material extraído é vendido para o Ceará e para o Rio Grande do Norte.

 

Fonte: Globo Rural

 

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