Tempo seco ajudou na qualidade da fruta e os pés estão carregados.
Por outro lado, o excesso de oferta fez o preço cair.
A colheita do abacate está a todo vapor em São Paulo. O tempo seco ajudou na qualidade da fruta e os pés estão carregados, o problema é que, com o excesso de oferta, o preço caiu.
Em 900 hectares de uma fazenda que fica em Altinópolis, nordeste de São Paulo, o abacate é motivo de alegria. Há mais de duas décadas, a família de Danilo Orioli cultiva as variedades fortuna e quintal e este ano, a produção deve chegar a 9 mil toneladas, o dobro da última safra. “Quando chove muito, o abacate pinta, fica mais difícil tratar, então este ano, como está tendo pouca chuva, fica mais fácil de cuidar, né?”.
Com tantas frutas é preciso pelo menos quatro colhedores em cada abacateiro. Os trabalhadores rurais vão para a roça com longas varas de bambu, com um cesto na ponta. Os equipamentos facilitam a colheita, que precisa ser feita com muito cuidado. O abacate não pode sofrer nenhuma pancada e qualquer batida na casca pode facilitar a entrada de fungos e o apodrecimento da fruta.
Os abacates maduros ficam no alto. Os trabalhadores com mais coragem e equilíbrio se arriscam a 5 metros do chão em busca dos melhores frutos. O abacate colhido lá em cima cai em um colchão, que amortece o impacto.
Nas últimas duas safras, a produção de abacate aumentou 13% no estado de São Paulo, passando de 3,7 milhões de caixas em 2011 para 4,2 milhões de caixas em 2013. As primeiras projeções da Secretaria de Agricultura de São Paulo para a safra atual é de números ainda maiores do que no ano passado.
São Paulo responde por metade da produção nacional de abacate. Outras importantes regiões produtoras são Minas Gerais e Paraná.
Com a oferta maior do fruto, o preço caiu. Maurício José Hernandez tem plantação de abacate em São Paulo e em Minas Gerais e conta que está recebendo cerca de R$ 0,60 pelo quilo, valor 50% menor que no ano passado.
“A produção este ano foi espetacular, então é sempre assim, a lei da oferta e da procura. Tendo muita fruta, o preço abaixa e mesmo com o preço mais baixo, a gente não está conseguindo escoar toda a mercadoria”, diz.
Por: Globo Rural
Fonte: Globo Rural
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