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ETANOL/CEPEA – Etanol a preços menores estimula consumo interno

Cepea, 20 – Os preços mais baixos do etanol hidratado já têm estimulado consumidores a optar por este combustível. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, uma possível alta nos preços da gasolina, reivindicada pela Petrobras, pode aumentar ainda mais a demanda e melhorar a remuneração dos produtores, que costumam conviver com a desvalorização do produto nessa época do ano, de avanço da safra da cana-de-açúcar.

Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que, em junho, as distribuidoras venderam 6,4% (27,6 mil m³) a mais de etanol hidratado para a rede varejista paulista, em relação a maio, enquanto que a gasolina C teve queda de 9,65% no mesmo período. Foi também o maior volume mensal de hidratado registrado em 2013, de 458,9 mil metros³.

Na última semana (de 11 a 17 de agosto), a relação entre o preço do etanol e da gasolina esteve bastante favorável ao biocombustível, ficando em 64,5% em São Paulo. Segundos dados da ANP, o preço médio do etanol hidratado nas bombas no período foi de R$ 1,744/litro e o da gasolina, de R$ 2,704/l. Também há vantagem em utilizar etanol nos estados de Goiás (65,09%), Mato Grosso (65,69%) e Paraná (66,83%). De modo geral, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina.

De acordo com pesquisadores do Cepea, as cotações menores do etanol, reflexo do período de safra e da estimativa de aumento na produção, explicam a preferência pelo combustível nos últimos meses. Para o hidratado, a quantidade produzida nesta safra (2013/14) – de janeiro até a segunda quinzena de abril -, está 25,7% maior que a registrada em igual intervalo da temporada passada, conforme dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar). A produção de anidro, por sua vez, cresceu ainda mais, 60,6% na mesma comparação.

O aumento nas cotações da gasolina se trata de uma reivindicação da Petrobras, no sentido de alinhar os preços internos aos externos. Por conta da valorização do dólar frente ao Real, a estatal alega ter anulado os efeitos dos aumentos dos combustíveis registrados entre o ano passado e início deste. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na última sexta-feira que os reajustes dos combustíveis serão periódicos e sem anúncio antecipado.

Fonte: CEPEA

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