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Controle de águas de enxurradas é demonstrado na Embrapa Meio Ambiente

As bacias de contenção de água, ou barraginhas, vem sendo usadas com sucesso no controle da erosão laminar dos solos, interrompendo o escorrimento superficial da água e provocando sua infiltração no solo. De simples construção e baixo custo, é uma tecnologia acessível à agricultura familiar podendo contribuir de forma significativa para a sua sustentabilidade.

O pesquisador Luciano Cordoval, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), esteve no dia de campo na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), em 17 de setembro de 2010, para mostrar, de forma prática, sua construção.

"A idéia foi difundir o uso da barraginha como elemento de conservação dos solos e água nas pequenas propriedades rurais e demonstrar a técnica empregada em sua construção", explica Marcos Neves, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e um dos coordenadores do dia de campo.

Conforme Cordoval, "geralmente gasta-se normalmente uma hora de máquina para construir uma barraginha, tanto em solos soltos como em solos sob vegetação de Cerrado. Quando os solos são mais firmes, pode chegar a 2 horas. Em média, o custo de uma máquina é de 100 reais a hora".

"As barraginhas podem ser feitas nos solos de porosidade alta e média, que correspondem a 80% dos solos brasileiro. Nos porosos, leves, pode-se fazer barraginhas menores, como as montadas em Jaguariúna, com15m de diâmetro, que armazenarão 100.000 litros numa boa frente de chuvas e infiltrará rapidamente em até 10 dias. Se o solo tem porosidade média, levará o dobro do tempo para infiltrar, ai é necessário uma compensação, então são feitas barraginhas de 20m de diâmetro, que armazenarão 300.000 litros na mesma frente de chuvas e levarão mais tempo para descarregar. O que fizemos foi compensar e adequar o sistema ao solo de infiltração mediana. Se optássemos pelas pequenas, seriam necessitarias 3 para essa mesma capacidade", explica o pesquisador.

Na prática, sua importância é muito grande, pois ameniza estiagens, propicia plantios de lavouras, hortas, pomares, canaviais e abertura de cacimbas, que possibilitam a produção de alimentos, o consumo humano e animal, além de geração de excedentes comercializáveis.

"As barraginhas colhem água das chuvas no momento de abundância
para ser utilizada na época da seca". Se fosse definir o sistema em uma frase, diz Cordoval, seria essa: "a água da chuva que cai em nossa propriedade é nossa, segure-a" (frase australiana).

Cristina Tordin
Embrapa Meio Ambiente
(19) 3311.2608

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