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Preço do Milho dispara!

A quebra nas safras de trigo na Rússia, no Cazaquistão e em países da Europa por causa da seca, somada ao apoio do governo federal ao produtor por meio dos leilões de PEP (Prêmio de Escoamento da Produção), fizeram os especialistas revisar suas projeções de exportação de milho brasileiro.

"Esse novo cenário deve fazer com que o Brasil alcance vendas externas de 9 milhões de toneladas este ano, acima de nossas previsões iniciais, que eram de 8 milhões de toneladas de milho", previu Aedson Pereira, analista da AgraFNP.

O Brasil, que está entre os três maiores exportadores de milho do mundo, atrás apenas dos EUA e da Argentina, já mandou 3,5 milhões de toneladas no acumulado até agosto. Até o fim do ano deve exportar pelo menos mais 5,5 milhões de toneladas. Em 2009, as vendas externas somaram 7,7 milhões de toneladas.

"Todos os fatores convergem em favor do Brasil", resumiu Pereira. Entre esses fatores estão também o período de entressafra nos EUA – que devem a começar a colher só entre outubro e novembro – e o fato de a Argentina já ter exportado até agosto 14 milhões das 15 milhões de toneladas previstas.

Em relação à produção, a AgraFNP projetou para a safra atual de milho 55,2 milhões de toneladas (34,2 milhões na safra de verão e 21 milhões de toneladas na de inverno). Mas, em meados de setembro, a Conab anunciou que, apesar da seca, a produção de milho em 2009/2010 deverá dar um salto de 10%, para 56 milhões de toneladas, que mostra que o país está colhendo uma de suas maiores safras de milho.

A quebra de safra no mercado externo também fez disparar o preço do milho, que passou de US$ 160,00 a tonelada, em junho, para o patamar de US$ 220,00 colocados no porto. "Quem participou dos dez leilões de maio até setembro deve estar animado com esses preços", disse Pereira. Entre os maiores mercados para o Brasil estão os países árabes e asiáticos.

Para o próximo ano, a AgraFNP avalia que o produtor brasileiro reduzirá sua área de milho, por causa da seca dos últimos meses. "Acredito que teremos safra menor, com a tendência de os preços se estabilizarem", disse Pereira. No Paraná, por exemplo, os produtores devem semear menos de 1 milhão de hectares na safra de verão, de acordo com as estimativas.

Atualmente, a produção de milho mundial foi estimada em 829 milhões de toneladas, ante 809 milhões na safra anterior.

Com uma produção que é a metade do volume que consome, o Brasil continua refém de seus parceiros do Mercosul em matéria de trigo, e isso não deve mudar muito cedo, já que as importações de outros mercados que não sejam da Argentina, Uruguai e Paraguai chegam a ser penalizadas com 10% de tarifa de importação (TEC), mais 25% de frete.

"O peso dos impostos de fora do Mercosul passa dos 15%, o que cria uma reserva de mercado para os parceiros do Brasil no bloco sul-americano", disse Christian Saigh, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo, também diretor da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). Este ano, o Brasil deve colher pouco mais de 5 milhões de toneladas, de acordo com Conab. Paraná colhe 3,3 milhões e Rio Grande do Sul, de 1,8 milhão a 2 milhões de toneladas. Com informações do Valor.

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