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Confinamento de Bovinos

Com a consequente elevação do preço das terras agricultáveis, a integração da agricultura/ pecuária torna uma atividade cada vez mais utilizada para intensificação dos sistemas de produção e auferimento de maior remuneração na pecuária de corte.

O confinamento no Brasil, é realizado por agropecuaristas que se animam com as elevações periódicas do preço da arroba na época da entressafra. Com isso procuram tirar o maior preço da carne no mercado, acelerando a finalização dos bovinos para o abate pela técnica do confinamento.

No período da seca, a partir do mês de maio, época em que as pastagens oferecem poucas condições para propiciar um bom desempenho dos animais, ocorrendo até uma perca de peso dos bovinos mantidos a pasto, a oferta de proteinados em semi- confinamento se faz necessário e rentável preparando os animais para a terminação por cerca de 90 dias, especialmente nos meses de junho a outubro.

Vantagens do confinamento:

– Redução da idade ao abate.

– Rendimento mais elevado na matança.

– Produção de carne no período de maior escassez.

– Exploração intensiva de pequenas propriedades.

– Retorno rápido do capital de giro investido na atividade.

– Baixa mortalidade.

– Grande produção de adubo orgânico de alta qualidade.

– Probabilidade de melhores preços.

Tipo de gado a confinar:

Os lotes de animais para o confinamento deverão ser marcados, divididos e padronizados nos currais por:

Número, sexo, idade, peso, e raça. 

Os machos para o confinamento deverão estar castrados. Se a boiada estiver inteira castrar na época em que os animais forem fechados.

O peso ideal para iniciar o confinamento é entre 360 e 420 kg, para que no máximo em 90 dias após o fechamento, atinjam 460 kg ou 16,3 arrobas.

Os mestiços ou de cruzamento industrial apresentam maior aptidão para o confinamento, devido ao desempenho revelado em vários trabalhos experimentais.

A raça nelore tem ótima aptidão para a engorda. Devem ser efetuados ajustes na alimentação concentrada dependendo do tipo, raça do animal, da idade e do volumoso utilizado.

Medidas sanitárias no confinamento:

Ao iniciar o confinamento:

– Vacinar contra a febre aftosa, e clostridioses ( carbúnculo sintomático, gangrena gasosa).

– Vermifugar, para controlar endoparasitas.

– Combater ectoparasitos (carrapatos e bernes).

Durante o confinamento:

– Limpar bebedouros e cochos periodicamente.

-Vermifugar com sulfoxido de albendazole, 30 dias antes do abate (prevenção de cisticercose,para evitar condenação de carcaça).

Instalações e infra-estrutura do confinamento:

-Escolher uma área com declividade média para favorecer o escoamento e drenagem dos dejetos e evitar formação excessiva de lama.

– Evitar áreas muito planas e mal drenadas.

– Escolher um local para mistura de ração, próxima a energia elétrica.

– O acesso ao local do confinamento deve permitir que caminhões de grande porte circulem com facilidade.

– Cochos bem localizados, com água limpa de qualidade e em quantidade, pois sabe-se que um boi no confinamento ingere em torno de 60 litros de água diariamente, no caso da utilização de bomba de água, fazer reservatório para 3 dias.

– Área por boi no confinamento,no mínimo de 8,5 m2 é recomendável áreas maiores. 

– Espaço no cocho de 0,70 m por animal. Cochos de material não corrosivo com superfície interna lisa, e cantos arredondados, dispostos na lateral superior do curral, (0,60 m de largura, 0,50 de altura pelo lado do animal e 0,80 m do lado externo), o ideal é que tenham calçamento de 3,5 m de largura, onde o boi pisa.

– Não construir outro curral abaixo do primeiro.

– As cercas podem ser simples de varões roliços e arame liso, ou elétricas com 3 fios.

– Corredor ligando o curral de confinamento ao curral de manejo.

– Número ideal de cabeças por curral de no máximo 108 cabeças (múltiplo de 18).

– Galpão de rações, com moinho, balança, misturador e depósito de matérias primas (concentrados e energéticos).

– Escritório.

– Farmácia veterinária.

– Silos.

– Balança para pesagem dos animais.

– Plataforma de embarque e desembarque.

É fácil prever e antever os custos do confinamento, para isto o confinador deve procurar um técnico para tirar as dúvidas e verificar a viabilidade econômica da atividade.

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