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Mato Grosso terá crescimento na produção e uso de etanol de milho, dizem analistas

O maior produtor de milho do país fica com pouco mais de 15% de sua safra total. Essa é a realidade atual de Mato Grosso. Com expertise na produção de grãos, o Estado continua com um grande desafio pela frente: agregar valor aos produtos que exporta. E, neste momento, o milho tem sido o foco para ampliar a geração de valor e renda aos mato-grossenses. Essa discussão foi tema do painel ‘Etanol de Milho’ apresentado durante o 1º Congresso de Bionenergia de Mato Grosso e o 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central, em Cuiabá.

Já prevendo a forte demanda por combustíveis de energia renovável, a cidade de Lucas do Rio Verde instalará a primeira usina pura de milho do Estado. O município de Campos de Júlio foi pioneiro no processamento de cereal para a bioenergia, quando produziu a primeira safra de etanol em 2011. Inicialmente, operava com cana-de-açúcar e passou a usar o milho como alternativa de matéria-prima na entressafra e isso fez com que a empresa ganhasse escala de produção.

De acordo com Rafael Abud, diretor executivo da FS Bioenergia, empresa responsável pela usina que está sendo implantada em Lucas do Rio Verde, a unidade deverá produzir em torno de 210 a 230 milhões de litros de etanol. “A usina atuará com Tecnologia de Separação de Fibras (FST), plataforma tecnológica de valor agregado, que remove a fibra durante o processo de produção do etanol de milho. Existe a possibilidade de produção de coprodutos com perfis nutricionais distintos para aplicações em diferentes dietas de animais”, informou ele.

Para o superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Daniel Latorraca Ferreira, “a estimativa é de que a evolução da frota automotiva do país aumente muito nos próximos anos e a utilização do milho para a produção do etanol é um investimento de grande potencial”. Durante sua apresentação, Daniel revelou um estudo feito pelo IMEA com uma análise do mercado de etanol em Mato Grosso, contendo detalhes da produção, perfis dos potenciais investidores e aspectos sociais.

A pesquisa avaliou, inclusive, as regiões do Estado e suas particularidades. “O estudo veio para auxiliar o setor privado na tomada de decisões e para subsidiar o setor público. Mato Grosso é o maior produtor de milho, mas a biomassa é um fator crítico, tendo em vista a alta dependência de todos os arranjos”, salientou.

Em seguida, o diretor da SL Process Soluções Industriais Ltda, Sidney Leal, apresentou o tema “Tecnologias diferenciais da ICM e seus impactos na viabilidade de plantas de etanol de milho”. “A ICM é a mais avançada do mercado, já desenvolveu e projetou 102 plantas de etanol na América do Norte, o que a torna líder na mundial no fornecimento de plantas de etanol de milho. São tecnologias diferenciais e exclusivas que aumentam o rendimento de produção de extração de óleo”, garantiu.

O último tema do painel foi apresentado pelo diretor de Pesquisa da Nutripura, Lainer Leite, que abordou o uso do DDG na alimentação animal. “O nosso desafio é fazer pesquisas para utilizar o milho da melhor forma possível. Queremos saber das características do produto desde o início para avaliarmos o seu desempenho na eficiência alimentar dos animais”, concluiu.

O 1º Congresso de Bionenergia de Mato Grosso e o 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central foi promovido pelo Sistema Famato/Senar-MT e Aprosoja.

 

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