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Laminite doença dos cascos

A laminite é uma enfermidade limitante que atinge o sistema locomotor de equinos, também conhecida como aguamento é de ocorrência comum, e se caracteriza como uma doença vascular periférica. Pode ser definida como um processo inflamatório agudo ou crônico das estruturas sensíveis do casco, que resulta em claudicação e deformidades permanentes do casco. Qualquer animal doméstico que têm cascos pode ter a doença, sendo mais comum em equinos. A ocorrência dessa afecção em bovinos é rara, os animais confinados, em consequência das condições de alimentação as quais estes são submetidos, são os que podem ser acometidos.

Manifesta-se por diminuição na perfusão capilar no interior da pata, provocando alterações nos sistemas renal e endócrino, no equilíbrio hidroeletrolítico e na coagulação sanguínea, com quantidades significativas de desvios arteriovenosos, necrose isquêmica da lâmina e dor.

O mecanismo de desencadeamento da laminite, ainda não é conhecido, há hipóteses de que esta condição resulte de um excesso de histamina, que leva a um ingurgitamento do leito vascular do casco. Contudo, estudos experimentais desta doença têm evidenciado que o suprimento sanguíneo arterial da lâmina do casco é extremamente reduzido ao invés de ser elevado.

A ocorrência da laminite habitualmente está relacionada com a excessiva ingestão de grãos, mas pode estar relacionada também com fatores genéticos, idade, falta de exercícios, umidade ou quadros de toxemia. Os diversos fatores que possivelmente estão envolvidos no surgimento da laminite variam em complexidade e grau de severidade conforme ao manejo aos quais os animais estão sendo submetidos.

Ao ingerir uma grande quantidade de grãos, há um aumento da produção de ácidos láctico no trato digestivo do animal, ocorrendo assim à destruição de um número elevado de bactérias e consequente liberação se suas toxinas. A acidose ruminal resulta em uma lesão da mucosa do rúmen, com aumento de sua permeabilidade, causando uma endotoxemia e acidose sistêmica, que leva à vasoconstrição periférica, com diminuição do fluxo sanguíneo nas lâminas do casco.

A ingestão de água fria após realização de exercícios; infecções sistêmicas como endometrite, salmonelose e colite; traumas ou exercícios físicos em excesso em animais não condicionados e doenças seguidas por quadro endotoxêmicos, são causas secundárias relacionadas ao surgimento da laminite.

Os animais apresentam dor, ansiedade acompanhada de tremores musculares, sudorese e aumento da frequência cardíaca e respiratória, na laminite aguda. Os casos acometidos apresentam-se quentes e visivelmente inflamados. O animal fica relutante em locomover-se, ficando deitado quase todo o tempo e, quando forçado a andar, caminha sobre os talões.

Nos casos crônicos, os cascos crescem em comprimento, perdendo a elasticidade e densidade normais na sola, passando a ficar mais quebradiço. A claudicação pode sumir, porém o animal caminha desajeitadamente.

O histórico alimentar e o quadro apresentado pelo animal são as bases para o diagnóstico. Após o diagnóstico, o animal deve primeiramente ser colocado em um local com chão mole, com forragem e água de boa qualidade, sem fornecer concentrado ao animal.

Para minimizar o problema analgésico e anti-inflamatório podem ser usados. Duchas de água fria também são indicadas, várias vezes ao dia, pois apresenta ação descongestionante, causando bem-estar ao animal. Com relação aos casos crônicos, o tratamento não é tão eficaz, quando se tratar de animais de alto valor zootécnico, recomenda-se o tratamento cirúrgico.

Como medida preventiva recomenda a adoção de medidas que impeçam a ocorrência de acidose láctica, através de um apropriado esquema de adaptação para animais que irão receber dietas com elevados níveis de concentrados e o uso de produtos alcalinizantes na ração.

 

 

 

 

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